Caro João Cortesão
Em primeiro lugar, obrigado pelas simpáticas palavras que me dirige na Carta Aberta do Farpas. É bom saber que é leitor daquilo que eu escrevo no meu blogue (assim como eu sou leitor dos seus escritos), e acima de tudo por achar que são de bom humor.
Caro João, eu não o critico a si, seja porque é gago ou vaidoso, ou porque se acha entendido em cavalos, da mesma maneira que não critico os colares ou o penteado do Miguel.
Não o critico, pura e simplesmente porque acho muito sinceramente, que o senhor faz um trabalho honesto, aficionado e digno. Não o critico, porque desde que me lembro de ler o Farpas, nunca o vi ser deselegante, ou usar o espaço que lhe é dado para escrever, para denegrir a imagem ou a vida privada seja de quem for.
Não o critico, porque penso que o seu trabalho em prol da Festa Brava é bastante digno e meritório. Não o critico porque o senhor sabe ser amigo do seu amigo. Não o critico porque o senhor não baixa o nível da sua escrita quando em desacordo com algo ou alguém. E não o critico, porque o senhor não usa linguagem de taberna (apesar de tanto eu como o senhor gostarmos dum bom copo em boa companhia, mas sem embarcarmos em baixeza ou deslizes de personalidade).
Não quero com isto dizer, que qualquer um dos seus colegas (mormente a Solange Pinto ou Hugo Teixeira), use desses atributos no Jornal Farpas, mas o que quero dizer é que o editor do referido jornal, sendo o responsável máximo do mesmo, é useiro e vezeiro nesse tipo de linguagem, na forma e no conteúdo. Como tal, a minha critica vai directamente para a linha editorial do Jornal Farpas. Que a Solange Pinto ou Hugo Teixeira, ou até mesmo João Dinis, venham a terreiro defender o seu Jornal e criticar o que escrevo, é absolutamente normal e aceitável, até porque uma das primeiras regras para quem critica, é aceitar da mesma forma ser criticado.
Até pela Carta Aberta (que eu tenho a certeza não seja encomendada), o senhor demonstra mais uma vez a maneira integra como anda na vida: sai em defesa dos seus, de cada vez que sente que alguém os ataca. Outra coisa não seria de esperar dum Homem.
Agora deixe-me também fazer um reparo caro João: acha correcto, que sendo eu, um individuo recém chegado à Festa (como diz M. A.), me venha agora arvorar no salvador da Pátria? Acha que a minha humildade não é suficiente, para me colocar no meu lugar, pelo simples facto de ser unicamente um aficionado preocupado?
Acha que os outros órgãos de comunicação social dedicados à Festa Brava entram pelos caminhos ínvios do Jornal Farpas? Quer que critique João Queiroz? De quê? Sandra Batalha? Porquê?
Quanto a amigos por detrás de mim (vade retro satanás), só se fosse para ir á cara de um toiro e mesmo assim tinha que ser com um já moribundo, porque nem a idade, nem a sã loucura me permitem tanto. Quero referir-lhe caro João , que parti completamente só nesta caminhada. Graças a Deus ainda penso pela minha cabeça, mas sei perfeitamente que muitos pensam como eu.
Acontece caro João, que o blogue alengalengadoalavarenga, incomodou o editor do Jornal Farpas. Mas mais do que incomodar, eu gostaria que ele (jornal) mudasse de linha editorial. A Tauromaquia Nacional precisa de um jornal de referencia, que fale de toiros e cavalos, de artistas e campinos, de ferreiros e criadores, de gente rica a e de gente humilde, de pessoas que fazem esta actividade que tanto amamos, andar em frente.
Um blogue como o que indica, estará sim no meu horizonte. Mas não é o caso deste. Este tem um propósito claro: dizer "olhos nos olhos" do editor do Jornal Farpas que jornalismo assim, não é jornalismo, e que aficionados como ele não são necessários para a manutenção ou engrandecimento da Festa. Se ele entender o meu sentido e o dos muitos que aprovam este blogue, todos teremos muito a ganhar e nada a perder.
Gostei de lhe responder porque sei que entende o que lhe escrevo. E para além de tudo mais, eu gosto de gente boa, como acredito seja o seu caso.
Um abraço